, ,

Curso de Direito: tecnologia e perspectivas da profissão

Curso de Direito: tecnologia e perspectivas da profissão

Meu nome é Thainá Junges Costa, tenho 25 anos e sou bacharel em Direito desde agosto de 2022.

Iniciei a graduação aos 20 anos e lembro que na época eu não tinha a certeza do que eu queria fazer na minha vida, mas não demorou muito para eu perceber que eu havia feito a escolha certa, principalmente porque vejo que o Direito está em constante progresso, conforme a sociedade e a tecnologia exige.

O curso de Direito é muito bom, pois ele traz um leque de grandes opções para o âmbito profissional: são muitas opções de concursos públicos, diversas áreas da advocacia e ainda a faculdade de ser professor. Além disso, vejo que muitas pessoas envolvidas com empreendedorismo, inovação e tecnologia se encontram nas ciências jurídicas e sociais.

Durante a graduação, pude não só perceber todas essas opções, mas também pude experimentá-las através dos estágios. Estagiei em dois órgãos públicos – Ministério Público Estadual e Tribunal de Justiça do Estado, em dois escritórios de advocacia diferentes – previdenciário e bancário – e estive envolvida com um escritório voltado a tecnologia, publicidade, inovação e investimentos, o qual percebi uma advocacia mais descontruída e moderna.

Ainda, desde o meu terceiro semestre de graduação, eu me envolvi com a pesquisa científica. Posso dizer que foi na pesquisa onde mais me encontrei.

A iniciação científica nos leva a pensar um pouco diferente, exige foco, determinação e ocupa bastante tempo, mas o resultado é inspirador.

Lembro até hoje da primeira vez que apresentei uma pesquisa em um Congresso, eu havia realizado um trabalho sobre o processo demarcatório em terras indígenas e o mundo digital me deu a oportunidade de eu me comunicar com três tribos de diferentes estados para que eu pudesse colocá-los em meu projeto e dar voz aos que queriam falar. No dia da apresentação, também virtual, minhas mãos tremiam e meu coração estava disparado, mas só eu sabia dos resultados daquela pesquisa. Apesar do nervosismo, tudo saiu conforme planejado e as plataformas digitais foram minhas aliadas e do povo indígena que proclamavam por mais direitos nos processos demarcatórios.

Após este primeiro Congresso, vários outros surgiram, realizei publicações de artigos científicos e consegui publicar em uma revista internacional, através de um Congresso apresentado em Portugal. E é claro que a era digital me ajudou nisso também, tendo em vista que bastou eu ligar meu computador e conectar minha internet para que eu fosse projetada em um telão aos demais pesquisadores que estavam na Ilha da Madeira em Portugal.

Posso dizer que, para mim, foi a pesquisa que fez tudo valer a pena, mas não digo que para todos será assim. Conforme mencionei, são muitas áreas para explorar e cada uma terá um ponto de encontro diferente, afinal somos pessoas diferentes e isso torna o Direito muito mais divertido.

Apesar de redundante, o Direito trata de direitos e eu sou muito feliz podendo garanti-los a tantas pessoas de tantos lugares do mundo, afinal com a evolução tecnológica, posso fazer direito em qualquer lugar, em qualquer tempo e com alguns click’s.

Atualmente, os desafios não param. Estou fazendo uma pós-graduação EaD em Direito Penal e Processo Penal Aplicado e tenho me preparado para iniciar o mestrado no ano que vem.

Em razão da pandemia do COVID-19, metade de minha graduação foi pela modalidade síncrona, precisei me redescobrir, entender uma nova forma de estudos e percebi a facilidade que é estar em sala de aula na sala da minha casa. Não só isso, mas evitar deslocamentos, filas, privação de sono, comida facilitaram não só minha vida acadêmica, mas também a minha vida.

A advocacia é construída não só em frente da tela do computador. Apesar dos processos serem eletrônicos, é necessário ter muita coragem, fôlego, persistência e compaixão para o exercício da profissão.

Não é sobre ganhar ou perder um processo, nunca foi, mas é sobre garantir direitos, é sobre ver a justiça sendo aplicada corretamente e é sobre a Constituição Federal.

Falando nela, eu não poderia deixar de citá-la neste texto, então cito o meu artigo favorito.

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;

II – garantir o desenvolvimento nacional;

III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;

IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Sempre digo que o artigo 3º é um resumo do juramento do Direito, pois é a partir dele que percebemos que nós, cientistas jurídicos e sociais, exercemos a profissão para garantir os objetivos fundamentais da República. Explico o porquê do meu apreço por este artigo.

Exercemos um trabalho árduo para construir uma sociedade livre, justa e solidária.

Nem sempre fomos livres, mas hoje somos e precisamos trabalhar para nos mantermos assim. Liberdade de ir e vir, de expressão, de decisão e de voto. É pela liberdade que podemos ler, escrever, sair do país e retornar. É pela garantia dela que muitos movimentos sociais lutaram para tê-la, e nós, do Direitos, ao vermos qualquer injusta privação de liberdade, precisamos brigar por ela, afinal em nosso juramento, prometemos “defender a liberdade, pois sem ela não há direito que sobreviva, nem paz que se concretize”.

Nem sempre somos justos, mas a aplicabilidade do judiciário visa garantir a justiça. É necessário respeitarmos as legislações e as teorias de Kelsen para garantir a justiça.

Nem sempre somos solidários. Solidariedade nos remete ao coletivo, mas, na realidade fala muito sobre o individual e nós do Direito precisamos assegurar os direitos e deveres de cada um e, consequentemente, da sociedade inteira.

É pelo exercício da profissão que devemos visar o desenvolvimento nacional, para que possamos crescer juntos como sociedade e nação. Percebe-se que com o avanço tecnológico, o desenvolvimento nacional ficou mais notório e a população, com o acesso a informação, conseguiu acompanhar melhor as medidas aplicadas pelos três poderes.

É com a profissão jurídica e principalmente social que devemos ter foco em erradicar a pobreza, a marginalização e as desigualdades sociais e regionais. No juramento de colação de grau, prometemos “assegurar aos homens os seus direitos fundamentais e intocáveis, sem distinção de qualquer natureza”. Portanto, erradicar as desigualdades sociais e regionais é também função de nós juristas.

Da mesma forma e pelo mesmo juramento, é necessário trabalharmos sem qualquer tipo de preconceito e discriminação. Com a chegada das redes socais e consequentemente com as Fake News, tem sido difícil controlar algumas formas de discriminações, mas nós do Direito também precisamos ficarmos atentos para que haja regularização das plataformas, respeito a Lei Geral de Proteção de Dados e criminalização de qualquer tipo de preconceito, disseminado em público ou pela forma digital.

Enfim, se eu pudesse e tivesse a oportunidade de dar um conselho, este seria para que quem gosta de lidar com direitos sociais e ama o mundo jurídico, não se intimide em entrar para o Curso de Direito. Somos um número grande de pessoas que fizeram este curso, mas ainda não somos o suficiente, ainda podemos ser mais, ainda precisamos de pessoas que tenham compaixão, empatia, determinação e que sejam mais abertos a receberem a nova geração e a essa sociedade que tem se formado e se mostrado cada vez mais diversificada e mais adaptada ao mundo tecnológico.

A era digital atual clama por juristas que acompanhem os progressos.

Foi-se o tempo em que o jurista precisava ser formal, com a cara fechada, caneta no paletó e pasta cheia de papéis. Direito é sobre tomar café na cafeteria para discutir sobre mudanças, é sobre estar sempre com o computador debaixo do braço para exercer a profissão em qualquer lugar, é sobre trocar a caneta pela assinatura digital, é sobre saber das mudanças da legislação em tempo real, acessando à internet, é sobre amar a facilidade que nos proporciona o processo eletrônico, mas exercer a profissão olhando no olho do cliente já adaptado com a tela.

Thainá Junges Costa
Artigo: Curso de Direito: tecnologia e perspectivas da profissão
Blog Graduação Faculdade Ibptech – Área GraduaçãoDefesa Cibernética

As opiniões emitidas pelos autores, comentaristas e jornalistas não refletem necessariamente a opinião da Faculdade Ibptech

Graduação Defesa Cibernética

  • Faculdade Ibptech e as Ciências Forenses

    Faculdade Ibptech e as Ciências Forenses

    /


Defesa Cibernética e a TI Defesa Cibernética na Administração Defesa Cibernética na Engenharia Defesa Cibernética na Área Contábil Defesa Cibernética na Área da Saúde Defesa Cibernética no Direito Direito Faculdade Ibptech Fonética forense Perícia em áudio e vídeo Segurança da Informação